Deixo aqui um texto de trabalho que resolvi escrever para condensar ideias. É que, se é difícil traçar caminhos, é impossível fazê-lo sem uma visão clara do destino a atingir...Seguindo as orientações clarividentes do Ministério, a UA tem agora um
número reduzido de áreas de formação no 1º ciclo, tendo concentrado a sua oferta num núcleo reduzido que corresponde às áreas fortes de formação e investigação dos seus docentes. Já no 2º ciclo a aposta foi em oferecer especializações em áreas em que as especificidades da UA e dos Açores são relevantes, abrindo
parcerias nacionais e internacionais que valorizam essas especificidades e alargam a base de recrutamento.
Na sequência de um trabalho em que toda a comunidade docente se empenhou, a UA adoptou uma
descrição das
competências a atingir pelos seus alunos ao longo do seu tempo de formação.
Esta descrição, aliada aos
perfis de competências definidos pelas comissões de cada um dos cursos, permitiu estruturar os cursos (e, dentro destes, as disciplinas) em função de
objectivos de aprendizagem. Obviamente, as
actividades lectivas e a avaliação estão alinhadas com esses objectivos: a cada objectivo de aprendizagem corresponde uma determinada estratégia de leccionação a qual, por sua vez, integra um processo de avaliação que permite acompanhar a progressão do aluno, corrigir os problemas de aprendizagem detectados e comprovar que se alcançaram os objectivos pretendidos. Lições tradicionais,
aprendizagem baseada em problemas e estágios em organizações exteriores à universidade complementam-se para tornar a formação uma actividade estimulante e pessoalmente enriquecedora, tanto para alunos como para docentes.
Professores de outras universidades e
elementos seleccionados da sociedade civil fazem parte integrante de um processo de
avaliação regular de cada curso, continuando um processo de abertura ao exterior que começou com a
reestruturação inicial dos cursos, suscitada pelo processo de Bolonha. Mas o trabalho fundamental no campo da avaliação é feito internamente, com o contributo de professores e alunos, produzindo as Direcções de Curso relatórios regulares cujas resoluções são acatadas de forma expedita. Os professores apoiam-se mutuamente no melhoramento das estratégias de aprendizagem, também como resultado das
frequentes acções de formação. O
Código de Boas Práticas Lectivas serve de guia estruturador das relações professor-aluno, sendo as poucas queixas formais resolvidas prontamente.
É difícil acreditar que há tão pouco tempo atrás a organização por Departamentos interferia com a oferta lectiva, havendo inclusivamente competição entre os departamentos! A
organização por áreas disciplinares e grupos de disciplinas é de facto a melhor forma de optimizar os recursos humanos e materiais, ao mesmo tempo que se melhora a oferta lectiva e se promove a interdisciplinaridade. O que parecia impossível no início, sentar na mesma mesa professores de departamentos diferentes para planear actividades lectivas, veio a revelar-se um dos principais factores de melhoramento da
qualidade do ensino.