sexta-feira, junho 03, 2005

Os livros da minha vida: 1 - a Bíblia

Não, não sou religioso. Considero-me ateu e materialista (neste sentido), embora deixe sempre uma pontinha de dúvida, para o que der e vier... Mas houve uma época na minha vida (há muito tempo) em que acreditei sinceramente que a Bíblia era a palavra de deus e que tudo o que lá estava escrito era verdade e devia ser interpretado literalmente: deus criou o mundo em 6 dias e descansou ao sétimo, e criou o dia e a noite dois dias antes de criar o sol, e feliz de quem pegar nos filhos de Babilónia e der com eles nas pedras... estão a ver a ideia. Não comia carne de porco, descansava ao sábado.

Li a Bíblia de uma ponta à outra, várias vezes. Procurava nela respostas para perguntas cada vez mais complexas, até que as respostas deixaram de me satisfazer. Aprendi mesmo assim algumas coisas, das quais as duas mais importantes terão sido:
  • que nos devemos reger pelas nossas próprias convicções, mesmo que estejamos em minoria. Certas ou erradas, temos o direito de ter as nossas próprias ideias, e os outros têm o dever de nos respeitar, mesmo que não concordem connosco. E vice-versa, obviamente (mas isto não aprendi na Bíblia, que essa é feita para quem está sempre, indubitavelmente, do lado da verdade).
  • a procurar apoio bibliográfico para afirmações e decisões, a justificar o que digo. Foi a minha preparação para o mundo científico, e para a importância dos livros como repositório de conhecimento e como a forma de nos erguermos nos ombros dos nossos antepassados.

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