quinta-feira, junho 16, 2005

Nova taxonomia dos objectivos educacionais


Nunca tendo tido formação pedagógica, foi só este ano que vim a saber que existe uma coisa chamada "Taxonomia de Bloom", que classifica os graus de desenvolvimento cognitivo em 6 níveis:
  1. Conhecimento
  2. Compreensão
  3. Aplicação
  4. Análise
  5. Síntese
  6. Avaliação
Muito recentemente, no entanto, foi editado um livro por Lorin W. Anderson e David Krathwohl que, após um trabalho enciclopédico, vem actualizar a taxonomia de Bloom, que já tem quase 50 anos. Não li o livro, mas li uma excelente recensão por Jack Conklin. O novo modelo tem a seguinte estrutura:

  1. Lembrar (Remember )
  2. Compreender (Understand )
  3. Aplicar (Apply )
  4. Analisar (Analyse )
  5. Avalia (Evaluate )
  6. Criar (Create )
Para além de trocarem a ordem dos dois últimos graus, os autores adoptam novas designações que, para além de menos ambíguas, dão ênfase ao que o aluno aprendeu e é capaz de fazer.

Aqueles autores cruzam esta lista com a dos diferentes tipos de conhecimento e obtêm a seguinte matriz, que resume o novo modelo:



E, como eu também não sabia o que era, aqui fica uma definição de conhecimento metacognitivo (arquivada aqui), o conhecimento do nosso próprio conhecimento.

8 comentários:

LN disse...

Obrigada pela referência. O livro é melhor do que a recensão fazia prever... e re-sistematizador, naturalmente.

José Azevedo disse...

De nada, LN. Este é um blogue de serviço público... :-)

LN disse...

Isso é (d)a nova classificação dos blogues? a imitar a das profissões? ;)

José Azevedo disse...

Tenho visto blogues a servirem para muita coisa. Se calhar alguém já teve a pachorra de fazer uma taxonomia dos blogues...

LN disse...

A de Bloom (datada de 1959, se recordo bem) pode servir, por analogia, se bem que seja uma taxonomia de objectivos educacionais... e as categorias apresentadas aqui são do domínio cognitivo. Restaria verificar as do domínio afectivo e psicomotor.

José Azevedo disse...

Hum... e todas deveriam caber numa experiência de ensino equilibrada, claro. Também há taxonomias disso?

Li há dias que o ensino superior deveria ser pensado de forma a constituir, acima de tudo, uma experiência de vida agradável para alunos e professores. E acho que isso passa por atender a todos esses domínios.

Quando professores se recusam a alterar um 9,44 e obrigam um aluno a ficar mais um ano na universidade por causa de uma disciplina, estão a desprezar toda a componente humana do ensino. E a dar uma péssima imagem de si e dos seus colegas, que perpetuam um sistema em que estas coisas são possíveis...

José Azevedo disse...

E onde entram as do domínio moral? Não se pode estudar (bio)ética sem ter uma ideia da compreensão que os alunos (e nós próprios) temos do assunto. Ouvi falar do Lawrence Kohlberg, fui à procura dos seus estados de desenvolvimento moral e encontrei esta excelente análise (que arquivei aqui).

Ao princípio fiquei muito agradado por me parecer ter atingido o estado 6 :-) Mas depois vi que era preciso agir de acordo com ele, e baixei a minha auto-avaliação para o estado 5. E isto foi antes de ler as críticas ao trabalho e os desenvolvimentos posteriores...

José Azevedo disse...

Eu devia era ter feito uma entrada no blogue, mas pronto. Fica aqui o link para o video de uma conferencia da Carol Gilligan, uma colega e continuadora do trabalho de Kohlberg.