Descobri que é director de uma companhia chamada Socratic Arts, onde podem encontrar-se alguns dos seus textos de opinião. Encontrei uma entrevista com ele na Edge, a revista electrónica para super-dotados sem nada que fazer. E encontrei um texto delicioso sobre os 10 principais erros das escolas. E aqui entenda-se (eu entendo!) escolas em sentido lato. Traduzo apenas os títulos (mas vão lá ler o resto!):
- As escolas agem como se aprender pudesse ser dissociado de fazer.
- As escolas acreditam que a avaliação faz parte da sua missão.
- As escolas acreditam que têm a obrigação de criar curricula padrão.
- Os professores acreditam que devem dizer aos estudantes o que acham que é importante saber.
- As escolas acreditam que a instrução pode ser independente da motivação para fazer alguma coisa.
- As escolas acreditam que estudar é uma parte importante da aprendizagem. (Não resisto: Studying is a complete waste of time )
- As escolas acreditam que separar os alunos por idades é intrinseco à organização escolar.
- As escolas acreditam que os estudantes só fazem as coisas para receberem uma boa nota.
- As escolas acreditam que a disciplina é uma parte inerente da aprendizagem.
- As escolas acreditam que os estudantes têm um interesse básico em aprender o que as escolas decidem ensinar-lhes.
3 comentários:
É interessante constatar que um mestre da Inteligência Artifial e da Arte do Conhecimento se opõe às regras embutidas no ensino. É óbvio que para a nossa introdução e posterior integração na sociedade seja necessário experienciarmos uma aprendizagem contínua, mas o modo como essa aprendizagem nos é impregnada não é o melhor.
Enquanto crianças, ainda mal temos o nosso raciocínio e princípios bem formados, quanto mais uma ideia daquilo que nos fará felizes em termos de aprendizagem. É natural que nos seja apresentado um grande leque de ideias, conceitos, áreas e disciplinas, para interagirmos pelo menos um pouco com cada um deles e ver a sensação, a empatia, que nos proporcionam. No fundo, para descobrir a nossa vocação. Na minha opinião, tal deveria ser feito até aos 18 anos (para os que isso significa maturidade), época de decisões e confrontos, que nos ajudam a formar a nossa personalidade. Até aqui considero a avaliação necessária, mas apenas em termos de nos mostrar uma escala em que o 20 corresponde a algo para o qual possivelmente teríamos vocação (é claro que há excepções: os que não têm vocação e os que têm vocação para tudo). Posteriormente, após a escolha de uma área que vai de encontro ao que queremos fazer para o resto da vida (ou pelo menos parte), acho que a aprendizagem deveria ser feita não com base em avaliações em frequências e exames, mas sim, refiro mais uma vez, com base no trabalho e no ênfase dedicados àquilo que mais apreciamos. É triste escolhermos um curso com um nome que reporta à nossa área de interesse profissional, e depois verificarmos que mais de metade do tempo de duração desse curso corresponde a áreas que não nos dizem nada, para as quais estudamos e temos como gratificação uma média baixa de classificação académica final. Seria bem melhor se nos fosse apresentado um conjunto de disciplinas R-E-L-A-C-I-O-N-A-D-A-S com a nossa área, e podermos escolher entre elas as que queríamos dedicar algum tempo para conclusão do nosso curso (mais uma vez sermos avaliados, o que é inevitável...). Posteriormente, os insatisfeitos inatos, que é o meu caso, poderiam optar por tirar outros cursos adicionais, com outras áreas com eles relacionadas, e acolher mais conhecimento sobre diversos temas. Os que se interessam apenas por uma área não deveriam ter de “sofrer” as outras. Mas isto são apenas meras ideias de um modo de funcionamento educacional que na minha opinião seria mais frutável e próspero. Certamente haverá muitas mais ideias, e é bom que aos poucos venham a sobressair (menção honrosa a este blog, que já ca faltava...).
Eu pessoalmente invejo (coisa feia, a inveja) quem não tem que passar uma grande parte do tempo de vida a estudar para obter um futuro rentável e poder oferecer um ainda melhor à descendência. Esses sim, podem dedicar a integridade do seu tempo a conhecer e viver todos os temas inerentes ao nosso planeta e arredores. Mesmo assim, os tais insatisfeitos natos, consideram certamente que nem o tempo de uma vida é suficiente.
Nem sei bem como comentar este comentário do Tito! achp q estamos perante uma série de conceitos q estã, na seua essência, errados.
Primeiro: o Tito parte do princípio q as pessoas aos 18 anos já sabem perfeitamente o q querem e estão prontos a tomar uma decisão sobre q curso tirar. A verdade é q a maioria nao está. As razões para isso? Inúmeras, mas nao vou enunciar nenhuma por enquanto.
Segundo: a comentário (assim como vário outros referentes à organização dos cursos superiores) parte do principio q aquilo q se aprende no curso é algo q fica para sempre, imutável, q definirá o universo intelectual (chamemos-lhe assim) de uma pessoa. A verdade é q não é. O q me leva ao terceiro ponto.
Terceiro: pergunta a alguém (ao prof. Azevedo, por ex.) como se define. Terá, de certeza, dificuldade em responder. Na verdade, nunca percebi mto bem esse conceito de vocação. Será algo para a qual a pessoa tem uma habilidade inata? Ou será algo q desperta um interesse e gosto particular numa pessoa? Em qq das formas, é mto ocmplicado definir qual é a vocação de uma pessoa. Porquê? Tb nao vou explicar. Tornava o comentário demasiado longo.
Quarto: gosto desse conceito de "insatisfeito nato". De facto, parece q o número de insatisfeitos natos é cada vez maior. Na sociedade da internet e dos jogos de video, as pessoas cada vez acham as suas vidas e os assuntos q as rodeiam mais entediantes. Por isso procuram destinos exóticos, discotecas electrizantes e desportos alternativos. Tudo isso é um soma, q faz esquecer a "vulgaridade" das suas vidas. É um conceito errado, nada há de vulgar numa vida, seja ela qual for. É apenas uma forma de fugir à responsabilidade q temos para com a sociedade civica. (Não estou de forma alguma a dizer q é oq se passa com o Tito, q nao conhecço de lado nenhum!)
Quinto: de facto seria óptimo se todos pudessemos ser estudantes para toda a vida! A Universidade dos Açores em particular, parece ser particularmente adepta desse conceito! No entanto, só o fcto de por isso em causa, é apenas reflexo da indefinição q povoa cada um de nós, e de como o curso, afinal de contas, nem é assim tão importante para definir personalidades.
Sexto (e esperamos q último!): estudar é diferente de marrar (chamemos-lhe assim). Estudar implica vontade, interesse, e dedicação. Não é mau passar uma vida a estudar. Pode levar até, a uma realização plena (pelo menos para alguns).
Tinha mais coisas para dizer, mas depois o comentário ficava mto grande. Desta forma, ficam assim com uma versão resumida. Espero q gostem.
P. S.: Ok, nao fui perfeitamente exacto. Na realidade trata-se de uma filósofa, Virginia Woolf (é o q dá escrever à pressa numa sociedade machista!). Mas é curioso q é um tema recorrente na literatura. Shakespeare tb escreveu uma vez q uma rosa, mmo q tivesse outro nome, cheiraria igualmente bem. Tb o titulo do filme inspirado no Guilherme de Ockam revele o mmo conceito. Como tal, o nome é mmo dispensável!
Tito: de facto vivemos no paradoxo de termos uma sociedade muito rica e com comodidades inpensáveis não há muito tempo, e a generalidade das pessoas está insatisfeita. Temos máquinas para tudo, e não temos tempo para nada. Tanto para aprender e sem tempo para reflectir. Pois se nem os professores têm tempo para reflectir sobre o ajustamento do processo de aprendizagem às necessidades dos alunos e da sociedade...
Anónimo: estudar é diferente de aprender. Aprende-se de muitas maneiras- estudar é só uma delas, e nem sequer a mais frutuosa. E acrescento que as pessoas têm o dever de aprender durante toda a vida- muita desgraça neste mundo poderia ter sido evitada se houvesse mais pessoas bem formadas. E não digo "informadas" de propósito: é que estou a falar de mais do que os conhecimentos. Estou a pensar em cidadania, em empatia com os outros, em aceitação de si próprio. Tudo coisas que não se aprendem na universidade. Ou que se aprendem, quando se aprendem, apesar da universidade.
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