segunda-feira, maio 16, 2005

Equador

O Equador é um país importante no mundo, pela sua quota da reserva de biodiversidade planetária. Para qualquer biólogo, basta lembrar que é o país a que pertencem as Galápagos. Mas o seu território continental abrange também ecossistemas diversos e ricos, desde as zonhas andinas de montanha até às florestas costeiras e incluindo uma parte da Amazónia. É também um país rico em termos humanos: 35% dos seus 12 milhões de habitantes pertencem a várias tribos indígenas.

É frequente incriminar-se estes países pela sua responsabilidade na destruição da biodiversidade que têm ao seu cuidado. Poucas vezes, no entanto, chegam ao nosso conhecimento as condicionantes que levam ao estabelecimento de políticas ambientalmente destrutivas.

O Equador tem petróleo. Muito, aparentemente. E sucessivos governos têm apostado na exploração do petróleo como via para o "desenvolvimento" do país. Não vou abordar agora a questão de onde vem esta idéia. Sucede que os principais resultados para o país têm sido a devastação ambiental e humana associada à exploração petrolífera e à construção de pipelines. O lucro tem ido todo direitinho para as companhias internacionais que exploram o negócio, e para os credores do Banco Mundial que emprestaram o dinheiro.

Quando se conhecem os bastidores do negócio, como resulta da exposição agora feita por Greg Palast no TheNation.com, não se pode calar a indignação: o país deve prescindir de 90% dos lucros devidos ao aumento do custo do petróleo resultante da guerra no Iraque? Esses lucros devem ser sifonados directamente para os bolsos dos "investidores" internacionais, mantendo 60% da população na pobreza? E quando o presidente ameça alterar estas cláusulas, é chamado à atenção pela megera Condoleeza Rice, claro. O investimento feito no Iraque tem que ser recuperado...

De quem é a culpa da destruição ambiental, então?

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