Por estranho que pareça, este animal é um gastrópode, um nudibrânquio altamente modificado para uma vida pelágica de predação de hidromedusas.
O nome deriva do deus grego meio homem, meio peixe. É interessante procurar imaginar a sequência de acontecimentos que levaram de um búzio vulgar (com uma concha pesada, alimentando-se raspando algas das rochas com a rádula) a um nudibrânquio (carnívoro, sem concha, brânquias expostas pela inversão do manto) e daí a este nível de especialização.
Linnaeus, o pai da taxonomia actual, tinha dado o nome de Scyllaea a outro género de nudibrânquios pelágicos, estes característicos de massas de algas flutuantes, como os sargaços. Scylla é a grafia inglesa da ninfa pela qual Glaucus se apaixonou, tendo dito a Circe que árvores cresceriam no fundo do oceano e algas nas mais altas montanhas antes que ele deixasse de a amar. Talvez Forster tenha pensado nesta história quando decidiu usar o nome Glaucus para outro grupo de animais, com uma origem comum e modos de vida semelhante, mas com um percurso que os deuses decidiram que nunca se havia de cruzar.
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