terça-feira, janeiro 10, 2006

Bifurcação

Este blogue estava a ficar carregado de entradas relativas às questões específicas do ensino superior as quais, embora interessantes, fogem absolutamente ao tema. Solução? Bifurcar. Todas essas questões terão a partir de hoje o seu lugar noutro blogue, Aprender e Ensinar, para onde migrarão inclusivé algumas das entradas que já aqui fiz.

Logicamente, deveria fazer outro blogue para os meus comentários sobre peixes, mas por enquanto ficam aqui- sempre têm a ver com Biologia, pelo menos...

domingo, janeiro 08, 2006

Humor científico


Existem pelo menos três revistas humorísticas feitas por cientistas, para cientistas e sobre cientistas.

Conheci há alguns anos o Journal Of Irreproducible Results a propósito de um artigo hilariante sobre a relação entre o lançamento de tomates e o desempenho dos cantores de ópera. Note-se: fiquei impressionadíssimo pela esplêndida construção formal do artigo, em que eram cumpridas todas as normas de publicação científica, das figuras e tabelas e respectivas legendas, às citações e lista de referências (todas fictícias, obviamente, mas cada uma delas um fino exercício de humor).

Depois penso que houve uma desavença qualquer entre os editores, tendo daí nascido os Annals of Improbable Research. Esta é, no momento, a revista mais activa, com um blog e uma coluna semanal no The Guardian. Atribuem anualmente os prémios IgNobel, para pesquisa que não pode, ou não deve, ser reproduzida.

Ambas as revistas são americanas, mas recentemente descobri que os ingleses (mesmo os cientistas) também têm sentido de humor. A revista chama-se Null Hypothesis, e foi o local de publicação do artigo seminal em que, a partir de um modelo matemático construído para explicar porque é que a torrada cai sempre com o lado da manteiga para baixo, Lewis Dartnell conclui que o Universo foi criado por um Deus malévolo.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Código Ético Universal para Cientistas

Um grupo liderado por Sir David King, o Chief Scientific Adviser do governo britânico, elaborou uma proposta de código ético universal para cientistas que esteve em consulta e discussão em 2005 e se espera ser lançado oficialmente no Outono (ver página no Council for Science and Technology)

Quando vi a notícia, estava à espera de um documento longo e complicado. Mas é um bloquinho de texto com menos de 20 linhas. Exactamente como eu gosto: sabedoria condensada, de aparência singela mas com implicações poderosas.

Traduzo, para compreender melhor:

Rigor, respeito e responsabilidade: um código ético universal para cientistas

Rigor, honestidade e integridade
  • Agir com competência e cuidado em todo o trabalho científico. Manter as suas competências actualizadas e ajudar ao seu desenvolvimento noutros.
  • Tomar medidas para prevenir práticas corruptas e mau comportamento profissional. Declarar conflitos de interesse.
  • Estar alerta para os modos em que a sua investigação deriva e afecta o trabalho de outras pessoas, e respeitar os direitos e a reputação de outros.
Respeito pela vida, a lei e o bem público
  • Assegurar que o seu trabalho é legal e justificado.
  • Minimizar e justificar qualquer efeito adverso que o seu trabalho possa ter em pessoas, animais e o ambiente natural.
Comunicação responsável: ouvir e informar
  • Procurar discutir os assuntos que a ciência traz à sociedade. Ouvir as aspirações e as preocupações dos outros.
  • Não enganar conscientemente, ou permitir que outros sejam enganados, acerca de assuntos científicos. Apresentar e rever as evidências, teorias ou interpretações científicas com honestidade e exactidão.