Rousseau estava errado. Em toda a linha. Não há bons selvagens, antes pelo contrário. Deixado a si próprio, o indivíduo é dominado por sentimentos negativos, tendo o egoísmo como centro.
Dito de outra maneira, o estado "natural" da nossa espécie compreende comportamentos que tenderíamos a descrever hoje, do nosso ponto de vista ocidental, como inaceitáveis. O racismo violento, por exemplo. O infanticídio. O canibalismo.
E, no entanto, há pessoas boas. Não estou a falar de quem não diz palavrões, ou de quem respeita as filas. Estou a falar de pessoas tão fundamentalmente boas que só podem ter nascido assim. Que não conseguem, visceralmente, fazer mal a ninguém.
Conhecê-las reconcilia-nos com a vida e, se não nos devolve a esperança num futuro radioso para a humanidade, dá-nos pelo menos a certeza de que valem a pena os esforços de contradizer o mal que há no fundo de cada um.
quarta-feira, setembro 28, 2005
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